Com seu olhar experiente, FHC acompanha os recentes episódios políticos e conclui: “O sistema partidário brasileiro acabou. Como não temos outro à mão, ele vai ficando…” Da constatação, o ex-presidente passa a um conselho: “Em momentos difíceis, cabe às lideranças mostrar caminho e dar esperança. Porque, no dia a dia, é só desemprego.”
Mas, nesta conversa com SR e Gabriel Manzano, ele não atira a toalha: “Os fundamentos da economia estão sendo postos. Não tenho visão pessimista”.
Como avalia os episódios da semana , especialmente a questão do caixa 2 no Congresso?
Alguns setores políticos estão entrando em pane. Por quê? É que nunca se discutiu a sério, no Brasil, quem paga o custo da democracia. Tínhamos antes um sistema de corrupção mais pessoal, que agora está institucionalizado. Como chegamos a isso? Começou com a Constituição garantindo o financiamento dos partidos pelo governo via Fundo Partidário, com TV gratuita, os partidos registrando a doação. E as empresas começaram a doar para vários partidos, o limite foi ficando muito elevado, entraram bancos e empreiteiras… Hoje o cenário é outro. O dinheiro sai do Tesouro. Faz-se um contrato, aumenta-se o valor da obra e boa parte dele é repassado diretamente ao partido. Resultou num grande aumento no volume da corrupção. Daí surgiram o mensalão, depois o petrolão…
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