20/08/2016
09:55

‘Se me hostilizarem, não será problema meu’, afirma Dilma

A presidente afastada Dilma Rousseff durante leitura da carta aos senadores e ao povo brasileiro, realizada em um pronunciamento no Palácio da Alvorada

MARINA DIAS
DE BRASÍLIA

Folha de São Paulo

Dilma Rousseff estava mais bem humorada do que no último encontro. Essa foi a impressão quase unânime de quem esteve  no Palácio da Alvorada para tratar do discurso que a presidente afastada fará no senado na próxima segunda-feira (29).

Será uma espécie de interrogatório em que a petista vai se defender da acusação de ter cometido crime de responsabilidade fiscal. E Dilma se dizia tranquila.

“Se me hostilizarem, não será problema meu”, afirmou a aliados. “Se o Senado quiser repetir a sessão da Câmara, é um problema do Senado”, completou em referência à votação de 17 de abril, em que deputados autorizaram a abertura do processo de impeachment com saudações, inclusive, ao torturador de Dilma, o coronel Carlos Brilhante Ustra.

Não foi um trabalho fácil convencer a presidente afastada a comparecer ao plenário do Senado. Ela estava reticente e ouviu todas as argumentações de auxiliares antes de bater o martelo no início desta semana.

Agora, afirmam pessoas próximas, “Dilma volta a ser Dilma” e dedica quase que a totalidade de seu dia na preparação do discurso. Seu advogado, José Eduardo Cardozo, vai começar a trabalhar na produção do texto neste fim de semana.

Há apenas uma linha geral definida, nada de muito diferente do que a defesa vem apresentando durante todo o processo. Dilma se diz inocente, afirma que não cometeu crime de responsabilidade e que seu impeachment, da forma como está colocado, é “golpe”.

Dilma vai preparada para falar sobre sua relação com senadores que foram ministros de seu governo, ela tem muitas historias.

Publicado por: Chico Gregorio

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