O que se revela por traz da candidatura a prefeito de Batata é algo realmente novo, observamos um candidato que saiu de dentro do que há de mais velho e acabado, cheio de vícios políticos e contradições, para alimentar, num povo cheio de decepções, uma falsa esperança de mudanças e promessas vazias
BATATA: Radialista e vereador fez seu nome na política não como vereador, afinal, é desconhecido qualquer projeto de lei de sua autoria que tenha beneficiado a população a partir do interesse público e coletivo. Sua fama de grande liderança popular foi construída à custa dos microfones da Rádio Rural AM, onde apresenta diariamente, em horário nobre, programa de variedades e outras futilidades, promovendo forte clientelismo através de campanhas assistencialistas. Dono de intensa verborragia contra a classe política em geral, Batata se credenciou como o novo criticando de forma demagógica e genérica a velha classe política que sempre fez parte. Seu discurso associa-se a um populismo fascista que se oportuniza do momento de descrédito do povo na política, nos políticos e nas instituições, para se fazer representante de uma proposta de mudança que nem ele mesmo sabe o que é.
Entre as profundas contradições do prefeitável Batata, está o fato de o mesmo, até bem antes do início das eleições, ter sido líder na Câmara de Vereadores do prefeito Roberto Germano (PMDB), inclusive com cargos na administração que hoje ele diz que não fez nada por Caicó. Filiado por décadas ao PMDB (um dos partidos mais corruptos do Brasil), Batata foi aliado do deputado Álvaro Dias, Henrique e Garibaldi Alves, Nelter Queiroz e outras figuras da envelhecida bandeira verde. Agora, Batata aparece dizendo que é o novo na política e que vai fazer as mudanças que Caicó precisa, pois a cidade está abandonada. Engraçado! Quem será que a abandonou e por quê? Onde estava o vereador Batata que não enxergou antes o desastre administrativo do seu ex-aliado e hoje adversário, prefeito Roberto Germano?
O que precisamos perguntar ao agora candidato Batata é como promover qualquer tipo de mudança na política e na administração municipal, fazendo parte e sendo patrocinado em sua campanha eleitoral por partidos como o PSDB (partido este que faz parte da linha de frente do golpe de Estado cometido contra a presidenta Dilma e não menos corrupto que o PMDB) e apoiado por outras legendas de aluguel que, para poder virem para o seu palanque tiveram que antes, barganhar cargos na pretensa futura gestão e receber promessas de financiamento das campanhas de seus candidatos a vereadores.
Prometendo resolver todos os problemas da cidade sem dizer como nem de onde vai tirar as condições, principalmente financeiras para tal, Batata tem algo de positivo no seu curriculum de candidato; seu discurso fácil faz as massas populares acreditarem numa mudança ilusória, sem observar de forma criteriosa as contradições que ela esconde nas intenções em que se sustenta. Ao abrir das urnas, pode até ser que Batata seja a mudança, mas na política também é possível mudar pra pior.
* Antônio Neves é professor
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