27/07/2016
08:29

Michel Temer protagonizou nesta terça-feira uma cena inusitada. Acompanhado da mulher, Marcela Temer, e de um séquito de assessores e seguranças, o presidente interino foi buscar o filho Michelzinho na escola. Visto de longe, foi o gesto delicado de um pai zeloso. Observado de perto, foi a movimentação temerária de um político que, no afã de tornar-se popular, não poupa nem a privacidade do filho.

O deslocamento de Temer foi comunicado com antecedência aos jornalistas. Ao chegar, o pai de Michelzinho, de 7 anos, acenou para filmadoras e máquinas fotográficas. Ao sair, foi abalroado pela pergunta de uma repórter: virá buscar o filho todos os dias? Temer soou conciso: “Só hoje.” O repórter Gustavo Uribe testemunhou o incômodo de outros pais com a azáfama que se formou defronte da escola. “Por que vocês não vão atrás dos corruptos? É apenas uma criança!”, afirmou uma mãe de aluno.

Num país em que João Santana, o mago da marketing petista, está preso em Curitiba, a desgraça de Dilma Rousseff funciona como um aviso: se marketing e cenografia resolvessem o problema, Michel Temer ainda seria o que ele próprio já chamou de “um vice decorativo.” E Michelzinho ainda estaria frequentando a escola tranquilamente em São Paulo, a salvo das conveniências políticas do pai.

Josias de Souza

 

Publicado por: Chico Gregorio

0 Comentários

Deixe o seu comentário!