Não ficará pedra sobre pedra, dizem os analistas de tempos interinos e provisórios. Alguns atores políticos não têm pressa, querem usar os 180 dias do prazo estabelecido pela legislação para o julgamento da presidente afastada. Acham que em seis meses a interinidade do vice-presidente no exercício do cargo não suportará outro Sérgio Machado, o “juruna” do Século XXI.
A Comissão do Impeachment pretende definir um calendário a partir dessa quinta-feira, 2 de junho. Se os “grampos”, delações premiadas e outras tramas vão arder na fogueira de São João, isso somente saberemos quando chegar o mês de São Pedro.
Confirma a Assessoria de Imprensa do Senado que o plano de trabalho que guiará a instrução do processo contra a presidente afastada Dilma Rousseff na Comissão do Impeachment será analisado na quinta. O relator, Antonio Anastasia (PSDB-MG), estima dois meses de coleta de provas e depoimentos, além de prever o interrogatório de Dilma.
Anastasia também apresentará à comissão parecer sobre a defesa de Dilma, que deve chegar até hoje. Na reunião serão votados requerimentos, como os que pedem à Procuradoria-Geral da República e ao STF cópias dos áudios de conversas entre o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-senador Sérgio Machado.
Gravações que, segundo aliados de Dilma, reforçariam a tese do golpe, já que vários trechos revelam a opinião de que a Operação Lava Jato só seria contida com o afastamento da presidente.
Já a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) defende a interrupção do processo de impeachment até que o Senado tenha conhecimento do conteúdo da delação premiada de Sérgio Machado.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) sustenta que não procede a insistência de Dilma Rousseff em classificar seu afastamento da presidência da República como um golpe para colocar fim à Operação Lava Jato.
— Ninguém pode parar a Lava Jato. Precisa fazer uma enorme combinação. Alguém pode acreditar num conto da carochinha desses? Para o senador, Dilma também vive uma ilusão ao criticar problemas na economia do país causados pelos atos da própria presidente afastada.
Nas ruas, nas praças, nos restaurantes, na fila do cinema, na feira-livre, na missa dominical o povão começa a acreditar que a Lava Jato vai evoluir para uma operação Lava Tudo
Fonte Aluisio Lacerda.
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