22/06/2016
08:35

Por Folha

A Odebrecht afirmou a procuradores da Lava Jato, em tratativas para negociar sua delação premiada, que o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) cobrou propina em obras como o metrô e a reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014.

Segundo a Folha apurou, o executivo responsável por detalhar o que chama de “contribuição” a Cabral é Benedicto Barbosa da Silva Júnior, ex-diretor-presidente da construtora que foi preso em fevereiro por suspeitas de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.

Funcionário há mais de 30 anos da Odebrecht, Silva Júnior apareceu em memsagens recuperadas do celular  do ex-presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, preso há mais de um ano. Segundo as apurações, era o ex-executivo que fazia os contatos políticos em nome da empreiteira.

Pessoas com acesso às investigações relataram à Folha que Silva Júnior deve incluir outras obras, além do metrô do Rio e do Maracanã, na conta de Cabral, como o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro)

Além disso, vai dizer que o ex-governador tinha como regra cobrar da empreiteira o pagamento de 5% do valor total dos contratos das obras.

O nome de Cabral já havia aparecido em planilhas da Odebrecht apreendidas pela Polícia Federal, em março, na casa do próprio Silva Júnior.

Os documentos indicariam que o ex-governador teria sido beneficiário de R$ 2,5 milhões em propina pagos pela empresa em razão de obras da linha 4 do metrô do Rio.

Já a reforma do Maracanã, sede da final da Copa, foi orçada inicialmente em R$ 720 milhões, mas acabou custando mais de R$ 1,2 bilhão.

As informações sobre Cabral fazem parte do roteiro que a Odebrecht tem feito a investigadores da Lava Jato na tentativa de firmar um acordo de delação premiada.

 

Publicado por: Chico Gregorio

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