Nenhum jurista, nenhum político, nenhum dos grandes grupos de mídia que combatem o PT, nenhum intelectual, nenhuma voz respeitável da sociedade brasileira e nem mesmo outros expoentes do Ministério público endossaram o pedido de prisão preventiva de Lula apresentado pelo procurador Conserino e dois colegas de São Paulo. Pelo contrário. Nas últimas horas eles vêm sendo amplamente criticados pela decisão descabida, juridicamente inadequada e politicamente oportunista. No Ministério Público Federal muitos reclamam da “ação desgastante para a instituição” que, antes da Lava Jato e deste episódio, era uma das mais respeitadas na esfera pública.
Desgastante porque expôs, indiscutivelmente, o viés político adotado pelos procuradores paulistas contra Lula. Desgastante porque é juridicamente frágil porque não aponta, na denúncia, provas materiais ou mesmo indícios fortes,para além do “ouvi dizer que o triplex seria do Lula”, para acusá-lo de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Oportunista porque não apresenta, com base na lei, razões sólidas e suficientes para justificar o pedido de prisão de um cidadão que tem endereço fixo e nunca se furtou a responder à Justiça. E inoportuna porque desconsidera as circunstâncias do país, jogando combustível sobre o ambiente encharcado de ódio às vésperas das manifestações de domingo. como diz o texto da denúncia, “não importando as repercussões econômicas e sociais” de sua apresentação. Então, os procuradores fizeram por merecer mais uma adjetivo: levianos.
Por Tereza Cruvinel
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