Em tempos de ajuste fiscal, é sempre bom lembrar daqueles que dão gastos exorbitantes e desnecessários aos cofres públicos, enquanto defendem nas tribunas que o trabalhador pague a conta. Esse é o caso do senador Agripino Maia (DEM/RN) que, além disso, é um dos homens que encabeça a lista dos parlamentares da frente pró-impeachment.
A gente já mostrou aqui que Agripino não é o homem mais ilibado da República. Mas a coisa vai além das acusações, o senador ainda é beneficiado pela Bolsa Ditadura, por ser ex-governador do Rio Grande do Norte. Vale notar que Agripino foi indicado para ocupar os cargos de prefeito e, posteriormente, de governador, pelo governo ditatorial – não foi eleito pelo voto democrático. Agripino Maia sempre teve lado – e nunca foi o do povo. Era, no mínimo, conivente com as torturas e perseguições promovidas no Rio Grande do Norte durante a ditadura (deixou isso bem claro em seu histórico embate com Dilma).
O Diário Oficial do estado oficializou na última quinta-feira (24) a regulamentação da pensão vitalícia a Agripino Maia e Lavoisier Maia Sobrinho, também ex-governador do RN. O valor? R$ 30.471,11.
As pensões vitalícias pagas pelo estado têm base na Constituição Estadual de 1974, editada no período da ditadura. Em 2001, a Promotoria de Justiça e Defesa do Patrimônio Público de Natal instaurou inquérito para averiguar a legalidade e compatibilidade de aposentadores e pensões especiais recebidas por ex-governadores e dependentes. Em 2015, o estado, novamente, oficializa o recebimento do benefício. Antes, os ex-governadores recebiam R$ 11 mil por mês. Agripino é contemplado desde 16 de junho de 1986. São 29 anos.
Agripino foi prefeito e governador durante a Ditadura Militar. Jamais foi julgado por seus crimes durante o período. Nunca pagou 1 centavo à previdência social. Ganha R$ 30.000 e pensão vitalícia – pena que as famílias das vítimas da Ditadura não recebam reparação de igual monta.
O salário de um Senador da República é de R$ 26.723,13. Sozinho, mensalmente, o excelentíssimo senador Agripino Maia (DEM/RN) custa aos cofres públicos quase 60 mil reais mensais. E ainda tem a pachorra de vir falar em necessidade de ajuste fiscal. Devolva os quase 5,3 milhões de reais que sozinho vossa senhoria embolsou desde 1986. Aí então podemos começar a conversar.
Vamos discutir os gastos públicos?
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