03/02/2016
07:36

Professor Adalberto Fernandes:

Todos os anos a ONG mexicana Conselho Cidadão pela Seguridade Social Pública e Justiça Penal apresenta a sua lista de cidades mais violentas do mundo. A nova edição do estudo, divulgada semana passada (28/01/2016), é feita com base no número de homicídios do ano de 2015 e considera apenas cidades com 300 mil ou mais habitantes.
Caracas, na Venezuela, é a mais violenta do mundo segundo a pesquisa, com uma taxa preocupante de 119,87 homicídios dolosos por 100.000 habitantes.

Das 50 cidades do ranking, 21 estão localizadas aqui no Brasil, duas a mais do que na edição passada. Fortaleza é a primeira brasileira da lista, na 12ª posição seguida de Natal.

A cidade de Caicó intitulada por muitos como pedacinho do céu não poderia entrar nessa lista por ter apenas 62.079 habitantes (Fonte: IBGE/2010). Mas em nossa análise, identificamos o alarmante número de homicídios proporcionalmente maior do que cidades que estão em guerra.

No Ano de 2015 ocorreram 46 crimes dolosos contra a vida na cidade de Caicó, ou seja, uma taxa de 73,35 homicídios por grupo de 100.000 habitantes. Este índice deixaria Caicó (caso pudesse participar) como a 7ª a cidade mais violenta do mundo.

Apesar da fama de violentas, as capitais do Rio de Janeiro e São Paulo não figuram no ranking. Ambas as cidades apresentam um índice baixo de homicídios, comparadas às 50 mais violentas.

Segundo dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, a capital carioca registrou 1.202 assassinatos em 2015, resultando na taxa de 18,6 homicídios dolosos a cada 100 mil habitantes.

Na capital paulista, houve menos casos ainda: 991 homicídios, uma taxa de 08,73 por 100 mil habitantes.

Concluindo a análise, esses índices apontam claramente que precisamos de mais investimento (urgente) no campo de políticas públicas em setores como Educação e Segurança. Não podemos aceitar índices estratosféricos como esses e deixar a população a mercê da “sorte”.

Adalberto Fernandes (Geógrafo pela UFRN).

Publicado por: Chico Gregorio

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