27/09/2015
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Ezequiel destaca cortes de despesasO presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira de Sousa (PMDB), repete a regra de seus antecessores. Foi eleito e logo no primeiro ano de mandato antecipou e garantiu a reeleição para ficar mais quatro anos no cargo. Como seus antecessores, ele é especulado para voos maiores. Há quem diga que ele sonha com uma vaga no Senado. Como os antecessores, ele deve mudar de partido para se fortalecer. Mas, diferente dos antecessores, ele viu o Ministério Público bater a porta do parlamento estadual. Nesta entrevista, Ezequiel fala sobre todos esses assuntos.

O Mossoroense: Deputado Ezequiel, qual conjuntura o senhor encontrou quando assumiu a presidência da Assembleia?
Ezequiel Ferreira: Na realidade, essa foi uma eleição que não se via na Assembleia porque as outras eleições possuíam um candidato de consenso. Dessa vez tivemos o candidato Ricardo Motta e o deputado Ezequiel Ferreira. Diante do quadro apresentado na segunda-feira se entrou num consenso porque nós já tínhamos 16 votos e o grupo do deputado Ricardo Motta num gesto acima de tudo de união da Casa, mostrando que a Assembleia não tem qualquer disputa interna, juntou-se ao nosso grupo e tivemos uma eleição com unanimidade. Esse foi o quadro que encontramos desde o início.

OM: O governador Robinson Faria tem enfrentado algumas dificuldades, te surpreende que ele esteja enfrentando essas dificuldades?
EF: De maneira nenhuma porque nós que fazemos política sabemos que essas dificuldades não advêm do governo de Robinson. Advêm do governo passado. Basta lhe dizer que a Assembleia Legislativa precisou autorizar no final do governo Rosalba para que ela pudesse pagar o 13° o salário utilizando o fundo previdenciário. Caso o governo estivesse bem e saneado não precisaria pedir à Assembleia Legislativa essa autorização. Sabemos das dificuldades que foram herdadas e não é só na folha de pagamento. É no sistema prisional, no sistema de saúde, no sistema de segurança pública, foi herdado, portanto, um serviço ineficiente com poucos recursos em meio a uma crise que se agravou do ano passado para cá e que acho que o governador pela sua determinação, pela sua capacidade de enfrentar a crise, tem se saído bem diante das adversidades encontradas. Se fizermos um comparativo com o Rio Grande do Sul, que é um estado muitas vezes mais rico que o nosso Rio Grande do Norte, podemos analisar e ver que a situação, por exemplo,dos servidores é completamente diferente. Lá há atraso. Se paga só no final do mês, salvo engano, para quem ganha até R$ 2 mil.

OM: Presidente, por esse ponto de vista o senhor entende que o governador vai bem. Pode-se até dizer que a essa altura do ano o desgaste dele é bem menor que o de Rosalba em 2011. Que diferenças de posturas o senhor identifica entre Robinson e Rosalba?
EF: Os dois pegaram o Estado em dificuldade. Acredito que Robinson pegou o Estado em mais dificuldades que Rosalba, mas o governador Robinson Faria tem tido a humildade de conversar com os poderes, de chamar a sociedade civil organizada para sentar à mesa mostrando as dificuldades encontradas e buscando acima de tudo caminhos e luz no fim do túnel para tirar o Estado da situação em que se encontra. Nós temos, por exemplo, agora o Hub da TAM que é um assunto bastante discutido e de suma importância para a economia do Rio Grande do Norte. Nós precisamos, e a classe política tem demonstrado isso, dar as mãos e somar esforços porque precisamos entender que o Rio Grande do Norte deve seguir os exemplos de outros estados. Quando a campanha política acaba o povo elege os escolhidos. Precisamos colocar numa gaveta as diferenças partidárias e partirmos para uma bandeira só que é a bandeira do estado do Rio Grande do Norte. Esse tem que ser o conceito de todos que fazem política no RN. Passada a campanha política, o Estado tem que ser um só. Um só para enfrentar todos os desafios, um só para buscar acima de tudo caminhos para enfrentar esses desafios e acho que acima de tudo nessa administração o governador por essa capacidade de diálogo, por essa facilidade de conversar com os poderes, com os pares e os representantes da sociedade organizada como Fiern, Fecomércio e com todos tem feito um governo diferenciado.

OM: O senhor acha que a classe política do Rio Grande do Norte está unida?
EF: Acho que quanto mais unida melhor.

OM: Mas, falta união?
EF: Acho que quanto mais unida melhor. Acho que já há união, mas que pode haver cada vez mais união. É natural que uma casa legislativa, por exemplo, como a nossa você tenha deputados de várias ideologias, representando várias regiões do Estado e a casa legislativa dá uma demonstração de que essa união existe quando há a necessidade de se unir os pensamentos em defesa da população. Um exemplo claro é quando essa Casa autorizou a utilização do fundo previdenciário. Nós ficamos no seguinte dilema: ou autorizávamos o governo Rosalba a usar ou ela atrasaria dezembro e o 13° salário. Seriam mais de 100 mil famílias sem direito ao salário e décimo terceiro no final de ano que é uma época de confraternização, do natal, da mudança de ano, da expectativa de dias melhores… Portanto, a Assembleia quando está de frente de problemas que ela pode com seu voto contribuir com o governo para a vida do povo melhorar ela se une em defesa desse povo e a classe política pode seguir esse exemplo tanto na bancada federal… quanto a abrir o diálogo colocando o interesse do povo em primeiro lugar.

Bruno Barreto
Editor de Política

Publicado por: Chico Gregorio

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