27/01/2020
07:20

Sobre as eleições de 2020, Lula falou que o PT “não tem os grandes nomes que já teve na ativa” e que o partido está disposto a fazer alianças políticas. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) citou o nazismo ao falar sobre o tratamento jornalístico dado pela TV Globo às mensagens da Lava Jato obtidas pelo site The Intercept Brasil. Para ele, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) faz algumas críticas à emissora que são corretas.

As declarações foram dadas em entrevista ao UOL publicada neste domingo (26).
Questionado sobre os ataques de Bolsonaro a jornalistas, Lula afirmou que, durante seu governo, de 2003 a 2010, houve “um momento de oito anos de pensamento único contra o Lula”.

Em seguida, relacionou ao nazismo à cobertura jornalística da TV Globo sobre as mensagens obtidas pelo Intercept e divulgadas pelo site em parceria com outros veículos, como a Folha. Os diálogos colocaram em dúvida a imparcialidade do então juiz Sergio Moro ao expor sua atuação nos bastidores, em parceria com policiais e procuradores na linha de frente das investigações.

“O que a Globo está fazendo com o Intercept, era capaz que o nazismo não fizesse. Ela só teve coragem de citar o Intercept duas vezes: quando o Intercept publicou o nome do Faustão, que acho que tinha dado aula pro Moro, e quando foi citar o nome do Roberto D’Ávila, que tinha trabalhado para arrecadar dinheiro para o meu filme. A Globo não fez sequer matéria contra a fajutice da denúncia do Ministério Público [contra o jornalista Glenn Greenwald, diretor do site]. Então, isso é censura”, disse Lula.

Os diálogos dos procuradores da Lava Jato, porém, foram alvo de reportagens do programa Fantástico, da TV Globo, quando da revelação das primeiras mensagens. A denúncia do Ministério Público contra Glenn também foi noticiada pela emissora.

Em nota, a emissora afirma que Lula “deveria se informar melhor antes de fazer afirmações falsas”.

“A Globo cobriu amplamente as denúncias do Intercept. A Al-Jazeera pediu em julho do ano passado um levantamento sobre a minutagem da cobertura. No levantamento, a Globo informou que, apenas de 9 de junho a 24 de julho, a emissora publicou uma hora e quarenta e três minutos de reportagens sobre o assunto no JN e no Fantástico –se considerássemos os outros telejornais esse tempo seria muitas vezes maior. E nos meses seguintes continuou publicando as novidades do caso. As reportagens estão disponíveis no Globoplay e qualquer um pode atualizar o levantamento”, afirmou.

Publicado por: Chico Gregorio

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