12/10/2019
08:20

O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (Cremern) está ameaçando entrar na Justiça para que o Governo do Estado mantenha funcionando os atendimentos de casos graves de diabetes e de problemas vasculares no Hospital Ruy Pereira. A justificativa para a abertura da ação civil é de que houve um aumento expressivo na demanda de serviços especializados em doenças vasculares. O Ruy Pereira é o único no Estado a ofertar esse tipo de atendimento, sendo responsável, ainda, por atender pacientes acometidos por isquemia crítica e amputações clínicas.

Nessa semana, o Conselho Estadual de Saúde votou pela interdição da unidade, que corre o risco de ser fechado em razão dos problemas estruturais. O Governo explica que, como o prédio é alugado, só quem pode realizar a manutenção é o dono do imóvel.

Em 2018, o Hospital Ruy Pereira realizou 1.363 cirurgias e 242 amputações de membros inferiores (da altura da coxa ou perna). A média foi de 4,6 amputações por semana. No entanto, somente entre janeiro a setembro de deste ano, o número de cirurgias saltou para 1.737 e o de amputações foi de 411. A média semanal de amputados clínicos pulou para 8,5 por semana.

“Este é um número absurdo. Isso reflete uma falência no atendimento básico de saúde. Nós temos que cessar as amputações. Muitos pacientes não têm acesso às medicações e não há tratamento adequado para os casos de diabetes”, denuncia o presidente do Cremern, Marcos Lima de Freitas.

De acordo com ele, a discussão não é apenas relacionada com o possível fechamento do Ruy Pereira, mas em como o poder público vai atuar para garantir um serviço digno para os pacientes vasculares no Rio Grande do Norte.

“A discussão do Hospital Ruy Pereira traz outras discussões, e o Estado precisa cuida melhor dos pacientes. Temos, sim, que promover maior acesso para a área de diagnóstico e terapêutica médica, para que possamos reduzir o número de amputações”, aponta.

Agência Saiba Mais;

Publicado por: Chico Gregorio

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