07/12/2017
09:06

Há mais de três décadas Ciro Gomes é agente ativo da política cearense e nacional. Mas nada é mais conhecida na sua trajetória do que a capacidade de não medir esforços para criticar, seja amigos, aliados históricos ou inimigos políticos locais e nacionais. Em mais de 1h30 de palestra na manhã desta quarta-feira (6), sobraram petardos verbais para todo lado: os ex-presidentes Lula e Dilma, Michel Temer, Gilmar Mendes, a banca financeira, Jair Bolsonaro e até o deputado potiguar Rogério Marinho.

A respeito do deputado tucano, o pré-candidato à presidência da República pelo PDT fez sérias críticas ao modelo da reforma trabalhista, projeto que esteve sob a batuta de Rogério Marinho no Congresso e está em vigor há pouco menos de um mês. Na primeira fila da plateia, o presidente da Fecomercio-RN, Marcelo Queiroz, um dos mais ardorosos defensores da reforma trabalhista no plano local.

– Essa reforma vai se revelar uma aberração. Já está se revelando, na verdade. O mundo do trabalho mudou e nossa legislação está anacrônica, mas nenhuma nação do mundo prospera introduzindo insegurança jurídica e insegurança econômica. Precisamos convocar um debate generoso com a população inteira ou essa legislação vai criar uma baderna. (…) Eu vi que isso foi feito por um deputado potiguar. Votem nele de novo.

Sobrou provocação até para a própria UNIFACEX, que recebeu o presidenciável em seu auditório do campus na Avenida Deodoro da Fonseca para a palestra. Apontando para o emblema da instituição privada, ele alertou para as informações veiculadas sobre a demissão de professores e imediata recontratação com salários baixos amparados pela nova legislação.

– Atenção pessoal! A universidade Estácio demitiu hoje 1,2 mil professores e os contratou de novo com base na nova legislação, com o salário caindo pela metade.

A diretora do campus, Ana Járvis, também foi rebatida por Ciro. Ainda antes do início da palestra, ela questionou sobre o preço do aluno de ensino superior, que seria quatro vezes mais caro no setor público do que no privado.

– Nós precisamos expandir o ensino público e gratuito. A responsabilidade pública é democratizar o ensino. Respondendo à mestra que nos recebe: sim, existem muitas ineficiências no serviço público, mas dizer que o aluno do setor público custa quatro vezes mais do que o da rede privada, está se fazendo uma falácia. Disparado o ensino público é melhor que o privado, por média. O que quer dizer que não haja exceções.

Publicado por: Chico Gregorio

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