16/11/2017
07:54

O PMDB vai usar a propaganda partidária que veiculará a partir de hoje no rádio e na TV para atacar as investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer e seus ministros mais próximos, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) e, temendo novas investigações, dirá que “os ataques” ao governo devem continuar, numa tentativa de criar uma vacina contra novos escândalos.

Temer foi alvo de duas denúncias do ex-procurador-geral Rodrigo Janot por organização criminosa, obstrução de justiça e corrupção passiva. Ambas foram rejeitadas pela Câmara dos Deputados e o presidente só poderá ser investigado por essas acusações em janeiro de 2019, quando deixa o cargo.

Temer aparece em um vídeo atacando “injustiças” de que diz ter se livrado.

— A verdade é libertadora. E não só nos livra das injustiças como nos dá ainda mais força, vontade e coragem para seguir em frente. Porque agora é avançar — diz o peemedebista, sustentando que se livrou de uma “trama”.

O programa exibe as imagens dos delatores da JBS, os irmãos Joesley e Wesley Batista, e uma narradora os chama de “trapaceiros e trapalhões”. Janot é alvo de ataques. Sua foto aparece na peça publicitária enquanto a narradora diz que “nada nem ninguém pode acabar com 50 anos de história” do PMDB.

Nessa parte, também são transcritos áudios de Joesley em que ele afirma, aos palavrões, que Janot pressionou a delação da JBS e a secretaria de Políticas para as Mulheres, Fátima Palaes avisa que os ataques contra o governo devem continuar.

— Ao que tudo indica, os ataques não vão parar. Mas as conquistas, estejam certos, também não — diz Fátima.

FH AO LADO DE TEMER

Em meio à divisão do PSDB sobre a manutenção do apoio ao governo Temer, os peemedebistas mostram na TV uma foto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com Temer nos anos 1980, quando ambos eram do PMDB. Também aparecem os tucanos Mário Covas e Franco Montoro.

A peça publicitária também exalta as melhorias na economia, mostrando a recuperação do PIB e os números da safra agrícola. “Tiramos o Brasil do vermelho”, diz uma das inserções, sem citar a previsão do governo de déficit nominal de R$ 159 bilhões nas contas públicas deste ano.

O GLOBO

 

Publicado por: Chico Gregorio

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