25/09/2017
07:33

A chegada da nova denúncia contra Michel Temer à Câmara acirrou disputas por cargos e levou o presidente a se envolver com os casos mais sensíveis. O ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP), cacique do PR e condenado no mensalão, disse a Temer que o partido acha pouco o Ministério dos Transportes e quer a Secretaria de Portos também. Para atendê-lo, o presidente teria que desalojar um apadrinhado do senador Jáder Barbalho (PMDB-PA), coisa que Temer prefere evitar.

O governo definiu que cargos do segundo escalão serão negociados diretamente com as bancadas dos partidos. O PP, que estava irrequieto, deu sinais de que ficou saciado com a superintendência do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Aliados de Temer disseram a políticos e investidores que ainda não definiram uma estratégia para a votação da segunda denúncia por motivo pragmático. O tempo, dizem, agora conta a favor do presidente.

Segundo eles, não faria sentido afastar o peemedebista para promover uma eleição indireta em março ou abril de 2018, em meio aos preparativos para o pleito regular em outubro.

Quem vê essa narrativa com desconfiança cita apenas um nome para justificar a cautela: Geddel Vieira Lima, o ex-ministro que está preso em Brasília e poderia complicar a situação de Temer se decidisse colaborar com o Ministério Público.

PAINEL / FOLHA

Publicado por: Chico Gregorio

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