09/10/2015
07:54

A paralisação das atividades na UERN já passa dos 130 dias. Alguém duvida que o semestre foi condenado? Quem ganhou com isso?

A PERSPECTIVA

O governo ofereceu uma perspectiva. Na verdade, deu um drible na Lei de Responsabilidade Fiscal, para conceder, na forma de abono catalogado como ajuda para compra de material didático, um incremento de 12% sobre os vencimentos dos servidores da UERN.

RAZOABILIDADE DA PROPOSTA

A proposta, bastante razoável, foi negada após reunião liderada pelo sindicato da categoria. Uma contraproposta, já avaliada como incapaz de ser cumprida pelo governo em oportunidade anterior, será novamente posta na mesa – abono também para aposentados, além de incrementos escalonados. Ora, não é possível conceder recursos para aquisição de ferramentas didáticas, para quem já se encontra aposentado, fora da sala de aula. Além disso, o próprio Ministério Público já impediu a previsão de aumento para os anos posteriores. O motivo deveria ser evidente: até 2017 não há luz no final do túnel. A baixa arrecadação continuará pelos próximos dois anos. O acordo assinado hoje não será cumprido amanhã.

É preciso contextualizar o porquê da impossibilidade. O RN teve uma frustração de receita de mais de 6% em 2015, o que significa uma queda de mais de 500 milhões de reais. Aliado a isso, o mesmo governo foi obrigado a cumprir, pela via judicial, incorporações e planos salariais de outras categorias que sinalizaram uma elevação de 16% de gasto com folha. Somos um dos muitos estados da federação que está acima do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal no que tange dispêndio com o funcionalismo público.

Diante de todos esses fatos, é gritante que a proposta foi uma tentativa de não perder o fio do diálogo e fazer com que a instituição volte às suas atividades. Porém, ficou igualmente claro que o dito “movimento” não tem, digamos, vontade de acabar com a greve e resolver a celeuma. O impasse ganhou lógica própria.

A GREVE E A LEGITIMAÇÃO PARALISANTE DOS SINDICALISTAS

É preciso entender que a esta altura do longo campeonato, o que importa aos líderes sindicais não é mais fechar acordo X ou Y. Em seus realismos, eles sabem que nada mais sairá dessa história toda. Querem, agora, garantir suas posições de mando – com todos os benefícios materiais e espirituais -, mantendo suas reputações como aqueles que saíram vencedores da paralisação. Por isso a recusa da proposta do governo.

O Potiguar.

Publicado por: Chico Gregorio

0 Comentários

Deixe o seu comentário!